Grupo reunido pelo Ser Cascais em viagem marítima/Foto: Paxi Canto Moniz
O Movimento Ser Cascais juntou cerca 70 pessoas, entre as quais empresários e várias personalidades de diferentes quadrantes, numa viagem marítima ao largo da costa de Cascais, para fazer um diagnóstico muito crítico à gestão do espaço público levada a cabo pelos responsáveis autárquicos daquele Concelho nas últimas três décadas.
Com uma vista privilegiada sobre a costa cascalense, onde o impacto dos atentados urbanísticos e ambientais se tem feito sentir de forma particularmente gravosa, a Presidente do Movimento Ser Cascais denunciou as más políticas que têm sido perpetuadas há muitos anos pelo poder político local.
A costa cascalense marcada por verdadeiros "atentados"/Foto: Paxi Canto Moniz
Isabel Magalhães alerta para o facto dos vários executivos camarários em Cascais não terem acautelado uma abordagem sustentável na exploração das inúmeras potencialidades económicas e turísticas daquele Concelho.
As polémicas torres de vidro e de aço que vieram ocupar o espaço do antigo Estoril Sol, junto à marginal, ou o actual projecto de construção de um novo complexo hoteleiro no antigo Hotel Miramar, no Monte Estoril, sem qualquer cuidado de enquadramento arquitectónico, cultural ou ambiental, são apenas dois exemplos de más decisões que têm prejudicado os interesses de Cascais, dos seus munícipes, e põem em causa o turismo de qualidade enquanto fonte de receitas para a economia nacional.
Isabel Magalhães, Presidente do Movimento Ser Cascais/Foto: Paxi Canto Moniz
“As decisões têm sido tomadas no âmbito de uma lógica partidária de poder local, viciada e sem visão estratégica, comprometendo as potencialidades de Cascais e assim, inviabilizando a possibilidade do Concelho se tornar num paradigma de desenvolvimento sustentável na área do turismo. É precisamente para contrariar esta tendência que o Movimento Ser Cascais tem promovido várias iniciativas para incentivar o debate com os cascalenses como forma de contribuírem para um manifesto que contenha as linhas orientadoras das prioridades para uma gestão sustentável do Concelho”, referiu Isabel Magalhães.
A costa ao fundo com a bandeira de Portugal em primeiro plano/Foto: Paxi Canto Moniz
O Ser Cascais defende um modelo de crescimento integrado e global que, conjugando áreas sensíveis como as da saúde, da segurança, do comércio, do urbanismo e do ambiente, possa garantir uma qualidade de vida sustentável para as gerações futuras.
Nesta lógica de crescimento, o Movimento Ser Cascais considera o turismo um vector essencial para o desenvolvimento do Concelho, mas de uma forma sustentável, que respeite o seu património ambiental, cultural e arquitectónico, porque só através deste equilíbrio é possível fazer de Cascais um melhor sítio para viver e visitar.
No âmbito das iniciativas que tem vindo a desenvolver, como forma de aproximar os cascalenses ao seu Concelho e de suscitar um debate alargado sobre as suas principais problemáticas e desafios, o Movimento Ser Cascais embarca literalmente no próximo Domingo para mais um passeio, mas desta vez marítimo, ao recriar a rota utilizada pelos Cruzados Templários na Conquista de Lisboa, no Século XII.
“SerCascais nas Águas dos Novos Tempos” é o nome do passeio que juntará várias pessoas a bordo do Leão Holandês e que irão ter o prazer de desfrutar de um passeio marítimo, através da Barra do Tejo, ao longo da costa cascalense até ao Cais de Alcântara, Lisboa.
Esta iniciativa tem como objectivo demonstrar as potencialidades de Cascais, analisando de forma muito directa as principais mais-valias do Concelho, que resultam da conjugação de um clima excepcional, com um posicionamento estratégico único, com um perfil patrimonial irrepetível, com acessibilidades excepcionais e com equipamentos irrepreensíveis em diversas áreas, que através de uma abordagem de conjunto facilmente se percebe que são uma garantia de qualidade de vida para as futuras gerações de cascalenses
O Movimento Ser Cascais espera assim dar mais um contributo em prol de uma visão de futuro para o Concelho, já que muitos com responsabilidades de governação têm aproveitado o momento conjunturalmente terrível para justificar os erros do passado, as omissões do presente e a total incapacidade de pensar o futuro.